No dia em que apoiadores de Donald Trump tomaram de assalto o coração da democracia dos Estados Unidos, o Estado da Geórgia deu exemplo de respeito às instituições e às regras do processo eleitoral. Por meio do voto, a maioria dos eleitores escolheu, sem qualquer percalço, os dois senadores que faltavam para compor a Casa.
O democrata Jon Ossoff conquistou a vitória no segundo turno, segundo projeções das emissoras americanas nesta quarta-feira (6), garantindo ao partido o controle do Câmara Alta.
Ossoff derrotou o senador republicano David Perdue com uma margem de quase 25 mil votos, ou 0,56%, com 98% dos votos apurados, de acordo com projeções da NBC e ABC.
Sua vitória, depois que o colega democrata Raphael Warnock derrotou a republicana Kelly Loeffler, deu a ambos os partidos 50 assentos no Senado (os dois independentes votam com os democratas). Diante dessa situação, o voto de minerva cabe ao presidente da Casa - cargo que, nos Estados Unidos, é exercido pela vice-presidente do país, a partir de 20 de janeiro Kamala Harris.
A maioria do Senado nas mãos dos democratas facilita a vida do presidente que assumirá a partir de 20 de janeiro, Joe Biden. A sulista Geórgia, que onde os democratas não ganhavam desde 1996, também deu ao Capitólio o primeiro senador negro daquele Estado, berço de Martin Luther King e palco de algumas das principais batalhas da guerra civil: o reverendo Warnock.
O que aconteceu na Geórgia, embora ofuscado pelo caos de Washington, é revolucionário.