Diante da notícia de que todo o efetivo (26 militares e 10 civis) da base chilena Bernardo O'Higgins Riquelme, na Antártica, testou positivo para covid-19, a coluna questionou o Comando da Marinha do Brasil sobre a situação sanitária na Estação Comandante Ferraz, no continente gelado. Dezesseis marinheiros integram o Grupo Base, que foi substituído no último dia 4. Segundo a força marítima, até agora nenhum integrante apresentou sintomas de coronavírus.
"Até o presente momento nenhum militar dos Navios ou da Estação Antártica apresentou nenhum sintoma que possa estar relacionado à covid-19. A Diretoria de Saúde da Marinha do Brasil emitiu um Protocolo de Saúde específico para a Operação Antártica, onde estão previstos todos os procedimentos para se evitar a contaminação de qualquer militar que esteja se dirigindo à Antártica, bem como para o caso de algum militar apresente sintomas que possam estar relacionados à COVID-19. Dessa forma, a Marinha do Brasil está preparada para desencadear todos os tipos de ações necessárias para preservar a segurança de todos os envolvidos na Operação Antártica XXXIX", informa a Marinha.
A força esclarece que, durante a Operação Antártica XXXIX, não está previsto o contato ou interação direta com nenhuma outra estação antártica que não seja a brasileira. "Dessa forma, não houve contato entre os militares brasileiros e o pessoal da Base chilena O'Higgins", diz.
A estação brasileira está localizada na Ilha Rei George, com acesso à base chilena onde houve a contaminação fica na Península Antártica apenas por embarcação ou helicóptero.
A Marinha esclarece que todos os deslocamentos de pessoal militar entre o Brasil e a Antártica está sendo feito, exclusivamente, por meio dos navios antárticos da Marinha - outra forma comum de se acessar a Antártica é por meio de aviões de transporte Hércules C-130, que pousam na base Eduardo Frei, outra instalação chilena.
Para tal, antes do suspender as embarcações todos os tripulantes são submetidos a um período de quarentena preventivo de 14 dias a bordo dos navios, período no qual são acompanhados por profissionais de saúde. "Antes do suspender dos navios do Brasil todos os tripulantes são submetidos a diversos testes para certificar a não contaminação de nenhuma pessoal a bordo", acrescenta a força.
Em função da pandemia da covid-19 nenhum pesquisador civil fará atividades de pesquisa na Antártica. A Marinha esclarece, no entanto, que diversas atividades estão sendo realizadas de maneira remota, com o apoio dos navios antárticos e da estação.
Também em função da pandemia, o recesso de final de no da atual Operação Antártica está sendo realizado no Brasil, com os navios atracados no porto de Rio Grande. Ao término do período, todos os tripulantes serão submetidos a novo período de quarentena de 14 dias, além da testagem para a covid-19.