Após nove anos, o Brasil se despediu nesta quarta-feira (2) do Líbano, país do Oriente Médio onde a Marinha participava da força-tarefa marítima da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano). A fragata Independência, nau capitânia da força, deixou o porto de Beirute, local da explosão de setembro, iniciando o retorno para casa. A previsão de chegada ao Rio de Janeiro é no final do mês.
Nesses nove anos de atuação, mais de 3,6 mil militares cooperaram com o governo libanês na prevenção da entrada de armas ilegais e na vigilância aérea marítima e territorial. Segundo a Marinha, foram fiscalizados mais de 70 mil navios, em uma área de 17 mil quilômetros quadrados na costa do país.
Em nota, a força naval explica que o fim da participação brasileira na força de paz das Nações Unidas ocorreu após "amplo estudo realizado pela Marinha, concluído em 2019, em que ganhos operacionais, à luz do esforço logístico para manter um navio da esquadra brasileira com disponibilidade de seis meses na região, apontaram para a necessidade de reorientar a postura estratégica da força". Nesse sentido, além da contenção de gastos, foram determinantes a nova Política de Defesa Nacional, que prevê o Oceano Atlântico e o chamado entorno estratégico como prioridades. É a área onde está o pré-sal, que a Marinha batizou de "Amazônia Azul", por sua grande extensão territorial e riqueza.
Conforme a Marinha, o Brasil permanecerá atuando junto à Unifil com 16 militares até janeiro de 2021, além de outros três que permanecerão em outras funções de estado-maior do comando da missão.
Na prática, entretanto, ao encerrar a missão no Líbano, o Brasil, pela primeira vez, desde 1999 não estará engajado com tropas ou grandes contingentes militares em forças de paz das Nações Unidas.