Para os brasileiros, onde o voto é obrigatório e o sistema é de eleições diretas, às vezes, é difícil compreender a disputa pela Casa Branca. Nos Estados Unidos, o voto é facultativo, não é necessário sequer justificar a ausência, e o presidente é eleito por votação indireta por meio de colégio eleitoral.
Isso significa que o voto do eleitor não vale? Não é bem assim.
Vale porque o eleitor decide nas urnas, em cada Estado, quem será o vencedor. A diferença é que, em cada unidade da federação, quem ganha conquista um determinado número de delegados do colégio eleitoral. Por exemplo: quem vence na Flórida, leva todos os 29 delegados para esse órgão. Quem ganha na Califórnia, conquista os 55. É assim para todos os Estados americanos e o distrito federal, Washington DC. Há duas exceções: Nebraska e Maine, onde o número de delegados é dividido de forma proporcional aos votos que cada candidato recebe.
Então, dos 538 delegados do colégio eleitoral, Donald Trump e Joe Biden precisam conquistar pelo menos 270 para vencer. Ocorre que, em alguns Estados, a vitória é dada como certa, pela tradição, para um ou outro. É certo que os democratas (Biden) ganham na Oregon (sete delegados) ou Nova York (29 delegados), como é garantido que os republicanos (Trump) conquistam o Arizona (11 delegados) ou Alabama (nove delegados).
Então, de antemão, a gente já sabe mais ou menos com quantos delegados cada um já inicia a corrida. Pelas projeções da rede CNN são 85 delegados em cinco Estados (Iowa, Ohio, Carolina do Norte, Geórgia e Flórida) que vão definir o vencedor.
Neste século, já houve duas ocasiões em que o postulante venceu no voto popular mas perdeu no Colégio Eleitoral. Em 2000, Al Gore foi derrotado por George W. Bush por quatro delegados a mais (a Flórida fez a diferença pró-republicanos). E, em 2016, Hillary Clinton perdeu para Trump por diferença de 79 delegados.
Em 2004, 2008 e 2012, os ganhadores coincidiram na totalização das urnas e no colégio eleitoral. Veja os mapas das últimas disputas presidenciais, desde 2000.