A partir da próxima semana, o Rio Grande do Sul será palco de duas grandes operações que irão mobilizar tropas, viaturas, blindados, helicópteros e o sistema Astros (lança-foguetes) do Exército Brasileiro.
Entre os dias 3 e 12 de novembro, ocorrerá a Operação Vitória, conduzida pela 6ª Divisão de Exército (conhecida historicamente como Divisão Voluntários da Pátria), que abrange 23 unidades militares e compreende áreas como Bagé, Pelotas, Porto Alegre e Caxias do Sul. Haverá exercícios de progressão em terreno na região de Bagé.
Na sequência, a partir de 14 de novembro, ocorre a Operação Arandu. Com maior amplitude, o exercício internacional contará com a participação do exército argentino. Serão realizadas manobras com operações aeromóveis, aeroterrestres, transposição de curso d´água, lançamento de foguetes, entre outras. A Arandu é parte de um ciclo de cooperação entre as forças terrestres dos dois países, iniciada há quatro anos. Será coordenada pelo Comando Militar do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), por ordem do Ministério da Defesa.
A Arandu terá a mesma amplitude da Operação Amazônia, realizada entre 8 e 22 de setembro nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão, no Amazonas, com emprego de 3,6 mil militares. Na ocasião, os militares criaram um campo de guerra no qual foi simulada a invasão de um país "vermelho" a um outro, "azul". Foram empregados diversos meios militares, como viaturas, aeronaves, embarcações, peças de artilharia, o sistema de lançamento de foguetes Astros, da artilharia do Exército, canhões, metralhadoras, "obuseiro" Oto Melara e morteiros 60, 81 e 120 mm. A simulação envolveu o disparo de mísseis com alcance de 80 quilômetros.
No caso da Operação Arandu, no Rio Grande do Sul, não haverá simulação de forças oponentes. Os exércitos de Brasil e Argentina irão atuar de forma cooperada. Uma das demonstrações de mobilidade terrestre será dada pelo deslocamento das unidades de foguetes Astros, sediadas em Formosa-GO, que estavam na Amazônia e chegarão ao Estado. Em caso de conflito, essa mobilidade dentro do território nacional é fundamental. A base de operações será o Campo de Instrução Saicã, em Rosário do Sul.