O presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou nesta sexta-feira (7) que a explosão de terça-feira (4) que atingiu a região portuária de Beirute pode ter sido provocada por um "míssil ou uma bomba". Mas é falsa a imagem que está circulando na internet que mostra um artefato atingindo o local, em meio à coluna de fumaça.
O vídeo foi compartilhado centenas de vezes em redes sociais. No entanto a gravação foi editada, e o míssil, acrescentado. O "míssil fake" aparece após o incêndio já ter começado, o que passa a ideia de que o armamento teria provocado a segunda explosão.
As imagens foram checadas pela rede CNN e AFP, que as desmentiram. Em árabe, o vídeo fake foi associado a uma suposta declaração em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria assumido a responsabilidade pela tragédia.
Não é verdade.
Israel, desde as primeiras horas após a explosão, afirmou que não tem nada a ver com o desastre. Netanyahu inclusive enviou sua solidariedade aos libaneses e ofereceu ajuda humanitária - o que não foi respondido pelo Líbano, mas essa é outra questão.
O fato é que, até o momento, tudo indica que a origem da explosão teria sido um carregamento de nitrato de amônio armazenado de forma insegura em um dos depósitos. O que provocou o estopim da explosão possivelmente foi um incêndio. O fogo inicial pode ter tido origem criminosa? Pode. Mas, até o momento, não há confirmação sobre isso.