O presidente do Líbano, Michel Auon, afirmou nesta sexta-feira (7) que a explosão no porto de Beirute foi causada por negligência ou por intervenção externa, citando a hipótese de um míssil. A fala foi dada durante uma entrevista a jornalistas.
— É possível que tenha sido causado por negligência ou por uma ação externa, com um míssil ou bomba — declarou.
Esta é a primeira vez que uma autoridade libanesa menciona a possibilidade da ação de um agente externo para o ocorrido. Até então, o governo estava dizendo que a tragédia, que deixou mais de 150 mortos, havia sido provocada por um incêndio em um depósito de nitrato de amônio.
O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou o palácio presidencial libanês na quinta-feira (6). Auon afirmou que pediu ao chefe de Estado o fornecimento de imagens aéreas, para que seja possível determinar se havia aviões ou mísseis no espaço aéreo no momento da explosão.
— Caso os franceses não tenham estas imagens, vamos pedir a outros países — completou Aoun.
O presidente do Líbano rejeitou qualquer tipo de investigação internacional sobre a explosão por considerar que "diluiria a verdade". Aoun também afirmou que é necessário revisar um regime político "paralisado".
— Enfrentamos uma revisão de nosso sistema baseado no consenso porque está paralisado e não permite tomar decisões que possam ser aplicadas rapidamente: devem ser obtidas por consenso e passar por várias autoridades — disse.