Navegue pelo mapa da Organização Mundial da Saúde (OMS) com os contágios de coronavírus e você verá que pouquíssimos territórios no mundo registram zero casos da covid-19: Kiribati, o reino-ilha do Pacífico onde o ano costuma começar primeiro, pequenas nações "vizinhas" como Nauru, Tuvalu, Lesoto, na África, e as ditaduras da Coreia do Norte e do Turcomenistão.
Isso não significa que a pandemia não chegou lá. Nos casos de regimes autoritários, além da própria subnotificação, esses governos podem não estar informando os casos à OMS. No Turcomenistão, por exemplo, o presidente decretou a proibição da palavra "coronavírus" no país sob pena de multa ou prisão. No caso da Coreia do Norte, o ditador Kim Jong-un não nega a existência da pandemia, mas voltou a afirmar, n domingo, que não há nenhum caso confirmado de covid-19. Em janeiro, logo após o vírus ser detectado, o país se isolou ainda mais do mundo ao anunciar que estava fechando as fronteiras com a China e adotando medidas rígidas de isolamento.
- Adotamos medidas preventivas e científicas como inspeções e quarentenas para todas as pessoas que chegavam ao país, desinfetamos os produtos, fechamos as fronteiras e bloqueamos as rotas marítimas e aéreas - afirmou Park Myong Su, diretor do departamento de epidemias do país.
No reino da fantasia de Kim, com censura à imprensa e repressão, é praticamente impossível saber se, de fato, não há casos. A nação comunista tem um elo geográfico e cultural muito próximo da China, onde o vírus nasceu e principal fiador internacional do regime norte-coreano. Na outra fronteira, com a Coreia do Sul, o vírus atingiu 9.976 pessoas e matou 169. A OMS, por ora, confirma que não há casos na Coreia do Norte, mas irá enviar uma ajuda em dólares ao país para o combate à doença. A pandemia na Coreia do Norte pode provocar uma devastação, uma vez que a maioria da população já vive em meio à pobreza em razão das sanções internacionais e do regime autoritário.