Donald Trump tem seu próprio Mandetta, ou seja, um assessor especializado que discorda frontalmente do pensamento do chefe, a exemplo das rusgas entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde..
O presidente americano parece ter chegado ao limite da paciência com Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. No domingo (12), Trump retuitou a hashtag “Hora de demitir Fauci”, que havia sido criada por setores da extrema-direita populista que apoia Trump e rejeita medidas de isolamento social defendidas por médicos e cientistas.
Um dos maiores epidemiologistas do mundo, no governo de 1984, tendo passado por vários presidentes, Fauci contradiz Trump com frequência.
No domingo (12), o presidente retuitou uma mensagem no de DeAnna Lorraine, ex-candidata ao Congresso pelo Partido Republicano, que dizia: “Fauci diz agora que se Trump tivesse ouvido os especialistas médicos antes, poderia ter salvado mais vidas. Fauci disse em 29 de fevereiro que não havia motivos de preocupação e que (o vírus) não representava uma ameaça para os EUA.” O texto estava seguido pela hashtag "Time to #FireFauci" ("Hora de demitir Fauci").
Era uma reação à entrevista de Fauci ao programa State of the Union, da rede CNN. Perguntado sobre uma reportagem do jornal The New York Times que mostrava alertas precoces emitidos à Casa Branca sobre o coronavírus. O médico reconheceu que decretar quarentena no país mais cedo poderia ter salvado vidas, mas alertou que vário fatores estavam envolvidos.
Trump já demonstrou em várias ocasiões que poderia demitir Fauci, mas até agora a Casa Branca tem negado que essa seja a intenção do presidente.