Todos contra Bernie Sanders. Essa é a ordem dentro do Partido Democrata, que realiza nesta terça-feira (3) prévias em 14 Estados e no território de Samoa Americana, a chamada Superterça.
As desistências do ex-prefeito Pette Buttigieg, no domingo (1º), e da senadora Amy Klobuchar, na segunda-feira (2), ambos em apoio ao ex-vice-presidente Joe Biden, mudaram drasticamente a campanha pela nomeação do candidato que irá disputar com Donald Trump a presidência, em novembro.
O cenário nos Estados Unidos foi alterado em 48 horas, às vésperas da Superterça, data-chave da eleição. Pela primeira vez, percebe-se a consolidação de uma aliança de centro, moderada, para tentar barrar o avanço de Sanders, que luta para se mostrar elegível aos olhos dos caciques do partido — ironicamente, uma situação parecida com a de Trump, nas prévias republicadas em 2016.
O senador por Vermont segue como favorito nas pesquisas nacionais, chega à Superterça à frente no número de delegados, mas é considerado pelo establishment da sigla como muito à esquerda, o que, provavelmente, levaria a uma derrota contra Trump. Essa é a avaliação dos estrategistas do partido, embora, nas pesquisas nacionais, Sanders apareça à frente do atual presidente.
A vitória de Joe Biden nas prévias da Carolina do Sul, no sábado, não só deu novo fôlego para o candidato como "resetou" a campanha, nas palavras de alguns jornais americanos. Há pressões para que o bilionário ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, que estreia na disputa nesta terça-feira, também jogue a toalha em favor de Biden. O duelo entre Biden e Sanders é cada vez mais claro.
A senadora Elizabeth Warren, que não conseguiu um delegado sequer desde a prévia em Iowa, há um mês, está isolada da disputa. Se não for bem na longa jornada da Superterça, deve renunciar à corrida nos próximos dias. Tudo em nome da unidade.