Pela primeira vez, Portugal elegeu, no domingo (6), três mulheres de origem africana para o parlamento. No total, foram eleitas 89 mulheres na Casa (13 a mais do que na legislatura anterior), de um total de 226 deputados. Veja quem são Joacine, Beatriz e Romualda.
Joacine Katar Moreira, Partido Livre
Nascida em Guiné-Bissau, Joacine Katar Moreira, 37 anos, se mudou para Portugal aos oito anos. Ela estudou em colégio de freiras e, apesar das dificuldades financeiras da família, graduou-se em História Moderna e Contemporânea. Para pagar a faculdade, trabalhava em supermercados ou limpando quartos de hotéis.
Joacine fez mestrado em Estudos do Desenvolvimento e doutorado em Estudos Africanos, no ISCTE, onde é pesquisadora do Centro de Estudos Internacionais. Sua área de atuação é colonialismo e pós-colonialismo. A pesquisadora trabalhou em associações comunitárias e de recepção a imigrantes africanos. Em outubro de 2018, foi uma das fundadoras do Instituto da Mulher Negra em Portugal (Inmune).
Beatriz Gomes Dias, Bloco de Esquerda
Natural de Dakar, no Senegal, a deputada eleita tem 48 anos. Beatriz Gomes Dias pertence a uma família guineense. Em Portugal, fez faculdade de Biologia. Trabalhou como professora do Ensino Médio e é mestre em Ciência da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Como ativista, foi fundadora e dirigente da Associação de Afrodescendentes e membro do SOS Racismo.
Romualda Fernandes, Partido Socialista
Nascida em Guiné-Bissau há 65 anos, Romualda Fernandes é jurista, especialista em Direito Internacional aplicado às nacionalidades, condição de estrangeiros e direito humanitário. Em Portugal, foi assessora em vários departamentos governamentais. Também atuou como consultora da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e trabalha no conselho diretivo do Alto-Comissariado das Nações Unidas para as Migrações. É militante do Partido Socialista há 20 anos.