As chamas que consumiram o Museu Nacional em meio do Rio de Janeiro ocupam amplos espaços no noticiário internacional. Da América Latina aos Estados Unidos, passando por Europa e até o Extermo Oriente, o fogo que consumiu o patrimônio da cultura brasileira é destaque nas homes dos sites internacionais, que salientam a destruição do acervo e o descaso na manutenção do prédio.
A rede CNN traz em sua capa o assunto e reportagem com título: "Museu Nacional do Brasil envolvido por fogo maciço". O texto destaca que o prédio é "um antigo palácio real que foi convertido em museu há 200 anos. Possui pelo menos 20 milhões de artefatos, com exposições em antropologia biológica, arqueologia, etnologia, geologia, paleontologia e zoologia, segundo o site do museu".
Também nos Estados Unidos, o jornal The New York Times afirma em título de capa: "Incêndio Engole um Museu Brasileiro, Ameaçando Centenas de Anos de História".
Além de noticiar a tragédia, o texto destaca a falta de cuidados da estrutura relacionando com o descaso com a crise brasileira: "(....) o museu havia caído em desuso nos últimos anos, enquanto o próprio país lutava contra uma economia paralisada e instabilidade política". O jornal diz ainda: "De acordo com relatos da mídia local, os professores que trabalhavam no museu tinham recolhido dinheiro para ajudar a pagar pelos serviços de limpeza."
Do outro lado do Atlântico, em Londres, o britânico The Guardian traz o título: "Incêndio no museu do Brasil: perda "incalculável"
A reportagem destaca: "Alguns brasileiros viram o fogo como uma metáfora para os traumas de seu país ao combater níveis terríveis de crimes violentos e os efeitos de uma recessão que deixou mais de 12 milhões de pessoas desempregadas."
O Guardian repercute a análise do colunista de O Globo Bernard Mello Franco: "A tragédia deste domingo é uma espécie de suicídio nacional. Um crime contra nossas gerações passadas e futuras ".
A rede de TV árabe Al-Jazeera, acostumada a informar sobre guerras e atos de terrorismo, destacou em sua área que cobre Américas: "Jóia da cultura brasileira' destruída no Rio".
Com sede no Catar, a emissora afirmou: "Enquanto o incêndio se intensificava, pesquisadores, professores e estudantes universitários expressaram uma mistura de tristeza e indignação". O texto faz relação entre o incêndio e a crise brasileira: "A maior nação da América Latina tem lutado para emergir de sua pior recessão em décadas".
No Extremo Oriente, o jornal chinês China Daily informou: "Bombeiros tentam salvar relíquias enquanto o fogo envolve o museu do Rio de 200 anos".
O jornal salientou a manifestação do vice-diretor do museu, Luiz Fernando Dias Duarte: "Todo mundo quer ser solidário agora. Nós nunca tivemos o apoio adequado".
Aqui na América Latina, o argentino Clarín traz em sua capa a reportagem: "Tragédia no Rio de Janeiro: um grande incêndio devorou o Museu Nacional do Brasil".
O jornal lembra que outro incêndio, em 8 de julho de 1978, atingiu o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. À época, foram perdidas coleções de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Joaquín Torres-García.