Guiné Equatorial é um país com população extremamente pobre e miserável. No entanto, a família presidencial, no poder há 39 anos, costuma ostentar carros de luxo e mansões pelo mundo enquanto sufoca seus cidadãos. É um exemplo perfeito do que especialistas consideram a "maldição do petróleo".
Na sexta-feira, o filho do ditador, Teodoro Obiang Mangue, conhecido como Teodorin, tentou entrar com malas de dinheiro e relógios de luxo no Brasil. A bagagem foi apreendida pela Receita Federal. Conheça o país africano em sete pontos.
1 — População menor do que Porto Alegre
Guiné Equatorial tem 1,2 milhão de habitantes, pouco menos do que Porto Alegre. A área é de 28 mil quilômetros quadrados, equivalente ao Estado brasileiro de Alagoas.
2 —De sobrinho a ditador
A nação é governada desde 1979 por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que derrubou o tio, Francisco Macías Nguema, para assumir o poder. Ele condenou o antigo líder à morte por fuzilamento por acusações de assassinatos de opositores. Nguema é pai de Teodorin, que tentou entrar no Brasil com os dólares e relógios de luxo na mala.
3 — Tirano africano
Nguema também também virou ditador. É o mais antigo tirano da África, acusado de massacrar oposição e de violar liberdades civis e direitos políticos.
4 — Ditadura com eleições
Apesar de ser uma ditadura, há eleições. Nas últimas, Nguema se apresentou como único candidato e venceu, claro, com mais de 90% dos votos em meio a denúncias de fraudes.
5 — Língua Portuguesa
O país é um dos nove que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
6 — Governante rico, nação pobre
Nguema é um dos chefes de Estado mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes. Sua família adora ostentar mansões em Paris e em Malibu (Los Angeles), além de coleções como as relíquias de Michael Jackson, entre elas uma luva de cristais.
7 — O mal do petróleo
A origem da fortuna da família é a corrupção. A partir dos anos 1990, o país passou por uma guinada econômica a partir da descoberta de reservas de petróleo. Hoje é o terceiro maior produtor da África subsaariana. Mas o dinheiro injetado na economia não chega aos cidadãos. Ocupa o 144º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (o Brasil está em 79º). Menos da metade da população tem acesso a água potável e 10% das crianças morrem antes de completar cinco anos.