A bordo do Air Force One, no caminho de casa, o presidente Donald Trump tentou, pelo Twitter, colocar "panos quentes" nas críticas que fez à comunidade de inteligência dos Estados Unidos, durante o encontro com Vladimir Putin, na segunda-feira em Helsinque.
"Como disse muitas vezes antes: 'Tenho GRANDE confiança nas pessoas de MINHA inteligência", assim mesmo, com as palavras GRANDE e MINHA em letras maiúsculas, o que denota que o presidente sentiu o impacto das críticas ao desautorizar os integrantes de seu próprio governo e o personalismo de seu mandato.
No mesmo tuíte, acrescentou: "No entanto, também reconheço que com o propósito de construir um futuro mais brilhante, não podemos nos focar exclusivamente no passado: como as duas maiores potências nucleares, devemos nos dar bem".
Foi só o primeiro pedido de desculpas — ainda que pela metade — entre vários que o presidente terá de fazer, mesmo que a portas fechadas e de forma velada, quando desembarcar em Washington.
Muitos estão comparando o fracasso de Trump em Helsinque à histórica reunião de 1961 entre John F. Kennedy e o líder soviético Nikita Khrushchev. No encontro, o jovem presidente americano, então com apenas quatro meses no cargo, chegou despreparado a Viena. Tinha grandes expectativas e acabou sendo patrolado pelo experiente Khrushchev.
Em uma entrevista posterior com um repórter do The New York Times, Kennedy reconheceu: "(Khrushchev) me destruiu".
O que se viu na sequência: a crise dos mísseis cubanos, a construção do Muro de Berlim e o atoleiro no Vietnã. Como Kennedy em Viena, Trump saiu de Helsinque menor.