Bastou o desembargador Leandro Paulsen seguir o voto do revisor — e antes mesmo do terceiro voto —, mantendo a condenação do ex-presidente Lula, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, para que os principais jornais internacionais elevassem o julgamento do petista para suas manchetes ou áreas de capa. Boa parte da imprensa internacional acompanha a decisão em Porto Alegre por meio de links e coberturas ao vivo pelo Twitter. Em vários textos, como o do jornal argentino La Nacion, há referências à capital gaúcha como sede do Fórum Social Mundial em 2001: "Brasil: a Justiça confirmou a condenação contra Lula por corrupção", dizia a manchete com fotos do ex-presidente e dos manifestantes em Porto Alegre.
Outro jornal argentino, o Clarín, também traz o julgamento em sua capa: "Duro revés para Lula: ratificam a condenação por corrupção".
O The Guardian, britânico, destacou em sua capa "breaking news", notícia urgente: "Corte brasileira mantém condenação do ex-presidente Lula", com foto do petista com a faixa presidencial.
O espanhol El País, de Madri, exibia em manchete: "A Justiça brasileira ratifica e aumenta a condenação por corrupção ao ex-presidente Lula".
O The New York Times, que durante boa parte do dia, não apresentou reportagens sobre o assunto em sua capa, passou a exibir matéria analítica sobre o impacto da decisão na eleição.
Desde terça-feira um artigo opinativo escrito pelo economista americano Mark Weisbrot para o Times tem sido compartilhado nas redes sociais. No texto, ele critica a atuação do Judiciário no processo e prevê um futuro político nebuloso caso Lula seja condenado: "Talvez, o mais importante é que o Brasil se reconstituirá como uma forma de democracia eleitoral muito mais limitada, em que um judiciário politizado pode excluir um líder político popular de se candidatar a cargos. Isso seria uma calamidade para os brasileiros, a região e o mundo", diz o texto.
Weisbrot é co-diretor do Center for Economic and Policy Research, um think tank de esquerda de Washington.