Não é novidade que, na segunda década do século 21, estamos assistindo a um retorno ao nacionalismo e, muitas vezes, a movimentos regionais ou mesmo tribais. A Catalunha nunca escondeu seu interesse em se separar da Espanha, a grosso modo algo parecido com o que o Rio Grande do Sul deflagrou em 1835, dando início à Guerra dos Farrapos.
O mais recente capítulo dessa tensão foi o referendo de autodeterminação, marcado para 1º de outubro e já vetado pela Justiça espanhola. Na manhã desta quarta-feira, a polícia realizou várias operações em prédios do governo regional, acusado de estar por trás do movimento.
Pelo menos 14 pessoas foram detidas, entre elas, o principal colaborador do vice-presidente da Catalunha, Josep Maria Jové. Ele é considerado o braço direito do independentista Oriol Junqueras.
O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, acusou o governo espanhol de "suspender de fato" a autonomia da Catalunha e "aplicar um estado de exceção", apelando aos catalães a responderem com "firmeza e serenidade". Puigdemont compareceu no palácio do executivo regional, rodeado dos seus conselheiros, para ler em tom solene uma declaração institucional.