Ainda que distante na história diante de nossos padrões atuais de imediatismo, a Guerra do Afeganistão, iniciada em 7 de outubro de 2001, não terminou. E, a depender de Donald Trump, está mais ativa. O presidente não anunciou na noite desta segunda-feira o aumento esperado de 4 mil militares no contingente total de 8,4 mil homens e mulher que ainda estão no Afeganistão. Preferiu não falar em números no esperado discurso em Fort Myer, Arlington, mas foi contundente ao afirmar que uma retirada “precipitada” criaria um vácuo a ser preenchido por terroristas.
Ampliar o contingente militar no país asiático representaria o fracasso dos EUA em esmagar o terror. Nesses 16 anos de Guerra ao Terror, Osama bin Laden foi morto, a rede Al-Qaeda praticamente não existe mais se levarmos em conta seu poder de ataque, mas, o terrorismo, que estava restrito à Ásia e ao Oriente Médio quando George W. Bush lançou os primeiros Tomahawk contra Cabul, hoje alcança cidades europeias como nunca na história.
Trump começou a pensar em ampliar o contingente após reunião, na sexta-feira, em Camp David, com três generais: H.R. McMaster, assessor de Segurança Nacional; John Kelly, chefe de gabinete da Casa Branca; e Jim Mattis, chefe do Pentágono. Mas ele próprio já havia se mostrado várias vezes contrário ao aumento do continente.
- Não estamos ganhando - chegou a afirmar em julho.
Nesta segunda-feira, disse:
- Meu instinto original era sair do Afeganistão... mas... decisões são muito diferentes quando sentado no Salão Oval.
Nem Barack Obama, que conseguiu reduzir a quase zero a presença no Iraque, acabou com a aventura americana no Afeganistão. Iniciar um conflito é muito mais fácil do que encerrá-lo.
Às vésperas do aniversário de mais um 11 de Setembro, a sensação é de que, diante do terrorismo, os EUA enxugam gelo. Seu território está mais seguro, mas, em nível mundial, a Europa paga um preço considerável da Guerra ao terror americana.