Duas a três caixas com amostras de gelo extraído da Antártica durante expedições científicas brasileiras foram destruídas pelo incêndio que atingiu a empresa Reiter Log, em Nova Santa Rita, na sexta-feira. Isso representa cerca de 20% do material armazenado no local, segundo uma fonte informou à coluna. O restante, cerca de 80% do gelo extraído do continente em 13 anos de viagens, está seguro, depositado no armazém 7, que Zero Hora visitou no início do mês.
As amostras derretidas pelo fogo estavam no pavilhão 2, que foi inteiramente destruído. Os bombeiros ainda combatem focos do incêndio nesta segunda-feira. Apesar do prejuízo, os pesquisadores comemoram que a maior parte do material antártico está intacto.
Cientistas do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) alugaram o espaço na Reiter Log, porque a instituição não dispõe de local adequado para guardar o material. O prédio, que abrigaria uma câmara fria e seria construído no Campus do Vale, na Capital, nunca saiu do papel.
A principal preocupação dos pesquisadores ao armazenarem as amostras no próprio prédio onde se localiza o centro, na Geociência da UFRGS, era com o risco de falta de energia elétrica. Por isso, havia sido alugado um espaço da Reiter Log.
As peças de gelo de 300 anos retiradas do interior do continente ajudam os cientistas a entender as mudanças do clima. Com o incêndio, os pesquisadores estudam agora outros locais para armazenar as amostras. Ao menos, de forma emergencial