A leitora Christiane Wilde Melin, gaúcha que mora há dois anos em Estocolmo, relata o clima na capital sueca, após o atropelamento de sexta-feira. Quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um ataque semelhante às ações já realizadas em Nice e Berlim. O suspeito preso foi identificado como Rajmat Akilov, homem de 39 anos e origem uzbeque. Ele teria dito que "conseguiu o que queria'. Veja o relato de Christiane enviado à coluna neste domingo, dia em que os suecos homenagearam as vítimas com uma grande marcha em Estocolmo:
A Suécia está em completo silêncio desde o acontecimento de sexta-feira. Nos locais das mortes, assim como em alguns carros da polícia, milhares de pessoas depositaram flores e velas, com mensagens de estímulo à Suécia.
Neste domingo, às 14h53min, exatamente 48 horas após o ocorrido, a cidade se calou completamente, em um silêncio profundamente tocante, quando mais de 10 mil pessoas se reuniram em Sergels Torg, local central e muito próximo de onde aconteceram os fatos.
Houve um minuto de silêncio e nesta segunda-feira, ao meio-dia, haverá outro minuto de silêncio, com cerimônia de homenagem aos mortos.
O sentimento é o mesmo, da população e das autoridades: a Suécia é um país de extrema paz, tanto que foi a nação que mais acolheu refugiados per capita no mundo, um local de bondade e de respeito ao ser humano, e que não se deixará abater pelo episódio.
O atentado (provavelmente) foi cometido por um refugiado do Uzbequistão que estava em uma situação ilegal no país, o que já coloca de volta, em todos os meios de comunicação, a discussão sobre a política migratória. Em primeiro lugar, neste momento, acima de tudo, estará a segurança dos habitantes e cidadãos suecos, disse o primeiro-ministro Stefan Löfven.
Enfim, Rodrigo, fomos atingidos, estamos incrédulos, muito tristes, mas o sentimento geral é de que de a Suécia vai se reerguer e voltar a sorrir. País lindo e de vanguarda! A paz voltará! Eu, particularmente, penso se tratar de um caso isolado.