Já era esperado. O Rei Pelé lutava contra um câncer, destes que os médicos vão empurrando a vida das pessoas com cirurgias, com medicamentos, etc. Mas existe a metástase, o nome encontrado pela medicina para explicar este avanço em outros órgãos, aumentando as dores, a angústia, o sofrimento do paciente e de seus familiares que estão assistindo a esse quadro que a gente imagina não ter volta.
Foi assim com Pelé. Ele nos deixa, mas antes deixa de sofrer. Deixa a saudade e a certeza de que se tornou rei porque é o maior atleta de todos os tempos. Não existirá mais ninguém que fará tanto, por melhor que seja. Pelé viveu uma época anterior à internet. As informações eram mais difíceis, mais demoradas, mais incompletas. Mesmo assim, assistimos às maravilhas que ele fez.
Um atleta completo, que sabia como se defender das pancadas dos zagueiros, que tinha todas as valências do jogador de futebol, que fazia gols maravilhosos. Pelé foi tricampeão do mundo. Foi quem fez mais gols e ganhou quase todos os campeonatos que disputou.
Eu tive muitos encontros com ele. Na América do Sul, nos Estados Unidos, em países da Europa. Sempre tratou a todos com elegância e carinho. Foi namorador, foi amigo, foi reverenciado pelo mundo do futebol. Perdemos a pessoa mais importante que o mundo viu no futebol.
A vida é assim, todos temos o nosso dia. O mundo será mais triste, será menos talentoso e mais melancólico sem ele. Adeus Rei, que Deus tenha um lugar muito especial aí no paraíso para esta figura que, como poucos, encantou o mundo.