A chegada de Pedro Geromel em Porto Alegre, em 2013, foi humilhante. Estava sendo contratado um jogador desconhecido, com nome estranho, que lembra marca de xarope para tosse. Para melhorar — ou piorar —, ainda tivemos uma entrevista comandada pelo repórter Rodrigo Oliveira, onde o repórter espanhol setorista de onde o reforço jogava, perguntado por sua capacidade como zagueiro, respondeu: "Muy malo. Malo por abajo, malo por arriba".
Estava ali a quase certeza de que tínhamos uma contratação mal feita pelo então diretor executivo de futebol do Grêmio, Rui Costa. Não havia indicativos positivo, num primeiro momento. Até que Geromel foi para o campo e passou a desfiliar suas qualidades.
Cresceu com o time, se tornou titular, se fez capitão. Tecnicamente, beira a perfeição, do ponto de vista de intensidade, interesse, luta ou determinação, é perfeito.
Teve a ventura de receber Kannemann para jogar ao seu lado. Ficou inacreditavelmente ainda melhor com a parceria. Não são poucos os jornalistas e torcedores que consideram esta dupla de área a melhor da América do Sul.
Sempre com sua grandeza e espírito profissional, declara que será jogador do Grêmio enquanto suas pernas aguentarem. Com isto, faz um contrato menor aos 35 anos de idade e analisa, com o clube, as possibilidades de continuar jogando no nível que exige um time como o Grêmio. Estamos diante, portanto, de mais do que um grande zagueiro, mas de um grande homem, um atleta exemplo para seus companheiros. Geromel enobrece nosso ambiente de futebol aqui em Porto Alegre.
Venda de Cebolinha
Até agora, o ex-craque do Grêmio tem fracassado jogando pelo Benfica. Everton está decepcionando os portugueses que estavam enxergando nele o grande reforço, o grande diferencial.
Claro que pode se recuperar, se também for ajudado pelo time que também não vem bem. Quem vibrou muito com a venda deste jogador foram os dirigentes do Fortaleza. Eles embolsaram R$ 4,5 milhões, o que faz muita diferença para clubes nordestinos que gastam 20 vezes menos do que os clubes milionários brasileiros, entre eles o Grêmio.
Aliás, o Tricolor deve ter embolsado em torno de R$ 80 milhões, o que significa finalizar mais um ano com superávit. Em seguida, deve vender Pepê e já tem Ferreirinha. A base é o motor de arrecadação do clube gremista.