Fico imaginando o grau de mobilização dos jogadores, da comissão técnica, dos dirigentes do Inter para o jogo desta quarta-feira (25). São nos momentos difíceis que surgem as grandes soluções. É na hora de enfrentar um adversário poderoso que brotam os sentimentos de reação, de desejo de driblar não só os adversários, mas também a crise que está instalada dentro do clube.
O que eu espero do Inter contra o famoso Boca Juniors é um time mobilizado, com a faca nos dentes, como se fosse para uma batalha de vida ou morte. A indignação pelos últimos resultados entra em campo em busca da afirmação, da vitória retumbante, da força moral dos jogadores e profissionais do colorado. Também sei que o time escalado deverá ser melhor. Gosto da volta de Heitor, de Moledo, de Patrick, e espero pela escalação de Yuri Alberto para que seja o indispensável companheiro do goleador Thiago Galhardo.
Não estou tendo um ataque de euforia desmedida. O Boca tem nome, tem tradição, mas também perde. No seu campeonato, ele tem duas derrotas seguidas em casa, ou seja, nada parecido com um time imbatível. Espero vitória colorada e vantagem para o jogo na Bombonera que, sem torcida, deixa de ser um estádio com contribuição local de importância para ser apenas um gramado silencioso onde o Inter pode, com tranquilidade, buscar uma grande classificação. Difícil, mas longe do impossível. Dá-lhe Inter.
Por que agora?
O que mais me chamou atenção na entrevista que D'Alessandro deu, anunciando sua saída do Inter no final do seu contrato em dezembro, foi que ela veio num momento de grande crise técnica e tendo uma semana de desafio no jogo desta noite contra o Boca. Por que agora? Preferia ver D'Alessandro focado no jogo contra o Boca, mesmo que ele não seja escalado.
O que escrevi acima deve ser o ambiente do Beira-Rio. A saída deste jogador não pode desmobilizar ninguém. D'Ale vai seguir seu caminho, mas antes tem este jogo difícil que precisa ser levado com toda intensidade, aquela que Coudet gostaria de ver no seu time e quase nunca conseguiu. O que dá para estranhar é este momento que mobilizou o pensamento colorado na semana decisiva na Libertadores.