Ser campeão brasileiro com o Flamengo é uma tarefa fácil. Basta ver o grupo de jogadores que o treinador Domènec Torrent tem na mão.
Já no Atlético-MG, Jorge Sampaoli mandou contratar jogadores por atacado. Ninguém contratou mais do que o Galo mineiro, que ainda tem a vantagem competitiva de só jogar o Brasileirão. Nesta semana, por exemplo, enquanto ele descansa seus jogadores e realiza treinamentos melhorando a performance técnica de seus jogadores, seu principais advesários estão envolvidos em jogos decisivos da Libertadores — como o Inter, que vai a Santiago, no Chile, buscar sua classificação. É uma viagem de três horas de voo para ir e mais três para voltar, uma partida de futebol importante. Falta de tempo para treinar.
O Inter tem um grupo em que o treinador se dá ao luxo de ter Moledo na reserva e D'Alessandro quase riscado do mapa colorado.
Odair não tem reforços importantes no Fluminense. Tem três veteranos — Ganso, Fred e Nenê — e apenas o último consegue ter atuações que fazem diferença. Os outros dois, quase nada. No mais, tem jogadores jovens, formados em Xerém, e com eles precisa se virar. Perdeu, no meio do caminho, seu centroavante Evanilson. Precisou buscar soluções dentro do grupo e faz carreira com estas fragilidades e a simplicidade do grupo.
No jogo de sábado (17), contra o Ceará, Hudson marcou um gol contra e Digão entregou um gol para o adversário. Mesmo diante destas dificuldades técnicas evidentes, Odair está no G-6. Tem 51% de aproveitamento com uma folha de pagamentos algumas vezes menor do que os líderes do campeonato.
Outro treinador que faz "milagres" é Cuca, do Santos. Pegou um clube destroçado, rodeado de grupos políticos em guerras evidentes, jogadores que tiveram salários rebaixados, e faz boa campanha. São profissionais que têm recursos muito limitados nas mãos e conseguem fazer diferença.