Muita gente estranhou que o governador Eduardo Leite, que sempre se mostrou cético em relação a disputa de jogos de futebol em meio a pandemia, acabou cedendo no pior momento. Seria pressão? Sim, pressões são legítimas e cada um trata do seu lado. Muitos segmentos do comércio, da indústria, da construção civil, fazem pressão.
A diferença do futebol é que o presidente da Federação Gaúcha de Futebol mostrou um protocolo que convenceu Leite e seus comitês de saúde e científico. O futebol profissional do Rio Grande do Sul está voltando com protocolos muito rígidos.
Jogadores de futebol são os trabalhadores mais cuidados deste país. O que aconteceu em Santa Catarina, onde a Secretaria da Saúde fez muito bem cancelando a rodada do final de semana que passou, deve servir de alerta para clubes e FGF.
Ouvido pelo Rodrigo Oliveira, o presidente Paulo Magro, da Chapecoense, disse que seus jogadores foram testados com PCR, o teste que mais se aproxima da realidade e que os contaminados foram afastados. Acontece que o número de 14 pessoas, entre trabalhadores do clube e jogadores, é assustador. Outros clubes também tiveram jogadores nesta situação e o melhor que se poderia fazer era dar um tempo e buscar entender o que está ocorrendo. Os que querem o futebol no Estado não estão querendo que ele seja jogado com riscos importantes. Mas não será sem risco, como se sabe, porque isto só virá depois da vacina.
AGLOMERAÇÕES – É importante repetir que não se poderá fazer aglomerações. O futebol sempre registra estas situações e os torcedores precisam se dar conta de que a saúde de todos está em jogo. Cada um na sua casa, no seu sofá, tomando um cervejinha e torcendo pelo seu time na TV ou ouvindo na Rádio Gaúcha.
Importante que o torcedor saiba que nossos clubes fizeram grandes investimentos cuidando dos seus jogadores, convencendo as autoridades para que possam jogar, e ficará muito ruim se torcedores não tiverem comportamento e acabarem provocando surtos desnecessários. Vivemos um momento complicado e precisamos colaborar com o todo.
JOGAÇO – Pena que o Maracanã não estava lotado. Em tempos de pandemia, é importante jogar com os portões fechados. Flamengo e Fluminense fizeram um grande Fla-Flu. Naquela imensidão de concreto que caracteriza o Estádio mais charmoso do mundo, os jogadores fizeram bonito. O Fluminense teve as melhores oportunidades, mas seus jogadores não tiveram a capacidade de fazer mais do que um gol. Tiveram muitas oportunidades.
O Flamengo teve duas e converteu ambas e saiu vitorioso, levando uma grande vantagem para o jogo final na próxima quarta-feira, outra vez no Maracanã e outra vez sem público. Odair deu um nó tático importante em Jorge Jesus e só não ganhou o jogo porque seus jogadores são muito comuns.