Talvez você discorde do prefeito de Porto Alegre porque ele não deixou o Gre-Nal ser disputado no Beira-Rio nem o São José mandar jogos no Passo D'Areia. Discordar é do jogo, afinal, ficamos sabendo em todo este período de quarentena que os clubes fizeram um trabalho de proteção, com protocolos, para seus trabalhadores, os mais bem cuidados deste país.
Mas agora vamos à coerência do prefeito Marchezan: quando ainda não tínhamos nenhuma morte, ele não deixava os jogadores chegarem perto dos estádios. Num segundo momento , autorizou treinos isolados. Com isso, os atletas passaram 10 semanas correndo de um lado para outro, sem poder ensaiar nenhuma jogada ou fazer um coletivo. Só a preparação física ganhou neste longo período.
Na última semana, o prefeito liberou treinos coletivos, o que nos fez pensar que o Gre-Nal sairia no Beira-Rio. Tanto que o Inter fez investimentos de R$ 200 mil para dar tranquilidade a todos. Mas a coerência de Marchezan ficou acima disso. Se quando não tínhamos mortes e os leitos estavam vazios ele não deixava nem treinar, imaginem agora, quando temos lotação dos leitos e muitas mortes.
O único momento de incoerência é que sua prefeitura liberou drive-in em dois locais da cidade, um deles ao lado do Beira-Rio. Permitiu corridas de cavalos no Jóquei Club. Claro que achei muito legal esses espetáculos em drive-in para que as pessoas possam desopilar. Mas, então, por que não pode sair um jogo de futebol? Aglomerações ? Mas estaremos livres delas com o jogo indo para Caxias do Sul?