Se tudo correr bem daqui para a frente serão quatro meses sem futebol para os dois maiores clubes do Rio Grande do Sul. A pandemia paralisou os jogos depois do Gre-Nal pela Libertadores, no dia 12 de março, mas ainda se tentou jogar futebol sem público aqui no Rio Grande do Sul.
O Grêmio enfrentou o São Luis de Ijuí, no domingo, dia 15 de março, às 11 horas da manhã na Arena. Já o Inter teve jogo contra o São José no mesmo dia, às 19 horas, tudo com portões fechados.
Mas aí os dados e informações sanitárias obrigaram a parada do futebol. Num primeiro momento, os clubes acertaram com os jogadores o período de férias de 30 dias. Eles ficaram em casa, já que as autoridades sanitárias recomendavam, naquele momento, o isolamento social completo. Passaram os trinta dias eles passaram a receber orientações físicas para trabalhar dentro de suas casas.
Nem as academias dos condomínios poderiam ser usadas. Sei que muitos jogadores adquiriram bicicletas ergométricas para seus exercícios. Já estamos entrando na sexta semana de treinamentos dos jogadores e recém se tem a ideia de fazer coletivos. Até aqui foram treinamentos isolados e em pequenos grupos. Como existe um acerto entre clubes e Federação Gaúcha de Futebol de retornar o Gauchão na segunda metade de julho, atingiremos quatro meses sem futebol.
Isto, claro, nunca aconteceu, mas os clubes saúdam, mesmo que sem torcida nos estádios, a volta do futebol. Afinal, poderão receber verbas de TV, poderão mostrar seus patrocinadores, devolverão alegria a seus torcedores, mesmo que estes só possam assisti-los na TV. Um período muito longo, que vai trazer imensas dificuldades financeiras para os clubes. É o custo da pandemia.
Atletas
A CBF teria acertado com alguns clubes a possibilidade de ter jogos, quando o futebol voltar, de 48 em 48 horas. Consultados, os atletas não aceitaram. Querem as 66 horas de prazo entre um jogo e outro, como está na lei. Compreendo a necessidade urgente que os times têm para jogar, a crise financeira nunca vista, mas tudo tem limite. Jogar nestes prazos curtos, em meio a viagens e concentrações, é loucura.
Serão dezenas de lesões musculares em jogo sem atrativos técnicos, que estariam estragando um produto tão nobre como é o futebol. Muito melhor será recuperar o tempo perdido no ano que vem, sem férias para os jogadores em dezembro. Serão dois meses cheios que não estavam previstos no calendário de jogos.