O futebol vive de virilidade, de preparo físico, de luta incessante entre os jogadores, de grandes defesas dos goleiros. Mas nunca deixa de representar arte, ou seja, algo que nos comove, que serve como colírio para nossos olhos. Faço esta introdução para ressaltar os belos gols marcados pelo Grêmio domingo (8), em Belo Horizonte.
O primeiro tem o cruzamento de Galhardo e um toque de letra magistral de Diego Tardelli. Um gol espetacular. Logo depois, Alisson sai da direita com a bola e joga na esquerda para Everton, mas continua correndo e se coloca do lado esquerdo para receber de volta e ganhar do goleiro Fábio. E ainda tinha mais, muito mais.
Foi quando vieram as verdadeiras "obras de arte" que tiveram como protagonista o extraordinário Everton, o Cebolinha. No primeiro, ele entorta o jovem zagueiro do Cruzeiro e desfere um chute fantástico, no ângulo superior. Fábio sequer esboça gesto de defesa. Nem poderia. No segundo, dá uma meia-lua no zagueiro Léo e emenda o arremate fulminante.
Foi uma manhã de domingo de recuperação do futebol gremista, depois da quarta-feira fatídica quando entregou uma vaga na final da Copa do Brasil para o Furacão. O Grêmio melhor do Brasil, segundo seu treinador, estava lá no Independência, amassando o Cruzeiro.
Há de se levar em conta a fragilidade atual do adversário – eu já tinha falado nisso quando o Inter ganhou o primeiro enfrentamento na Copa do Brasil, lá no Mineirão –, o grande clube mineiro está destroçado. Eu estava lá e presenciei um ambiente péssimo. Trocou de treinador, mas não trocou o futebol, a insegurança, os conflitos. Enfim, tudo que um clube não precisa e não deve ter.
O Grêmio fez o que tinha de fazer. Jogou muito e empurrou uma goleada. E, de sobra, nos encantou com quatro gols maravilhosos.