A melhor definição da atuação do primeiro tempo da Seleção Brasileira foi do Guerrinha, no Sala de Redação: sopa de hospital. Burocrático, lento, sem inspiração, o Brasil foi para o vestiário deixando muita preocupação. Tite foi ao trabalho. Retirou Willian e botou Douglas Costa. O que não se viu foi a estremecida que o técnico deve ter dado nos jogadores no vestiário. Voltaram elétricos, dispostos, muito mais incisivos.
A Seleção criou oito situações de gol. Levou-nos ao desespero porque perdia chances incríveis. O gol de Coutinho só ocorreu aos 45 minutos, quando a gente imaginava um empate comprometedor. Veio a vitória, vieram as reações como o choro do Neymar ou o tombo que Tite levou e o fez sair rolando pelo gramado. Foi muito suor e terminou em lágrimas. De alegria e de desafogo mental das pressões. Numa Copa do Mundo estas questões que parecem corriqueiras ganham muita grandiosidade. Perguntem aos argentinos o que é jogar a primeira fase e sentir que a eliminação está próxima.
Desempenho – Não acho que foi uma boa partida tecnicamente da Seleção Brasileira. Mas quero ressaltar a postura do time no segundo tempo. Jogou para ganhar a partida. Atletas buscando o gol, Philippe Coutinho demais outra vez, menino Ney jogando com o time, sem frescuras e com muita imposição física e técnica. Poderia ter goleado sem precisar daquele sufoco. Uma Copa boa para o hexa.
Douglas Costa – O atacante que Tite colocou para ganhar o jogo deu sua importante contribuição. Foi driblador como convém para transpor retrancas. Foi veloz para conduzir a bola na direção do gol adversário. Parece ter contagiado o time, que passou a ser mais agressivo, mais veloz. Douglas deu importante contribuição. Acho que será conservado como titular. Assim como Fagner que é melhor do que o Danilo.
Fan Fest – O Edson Bandeira, publicitário de Porto Alegre, mandou-me imagens do Largo Glênio Peres. Teve a felicidade de gravar os torcedores quando o Brasil fez o gol salvador. Uma explosão da multidão. Pouco se falou da Copa antes de começar, porque tínhamos problemas de greve de caminhoneiros, que afetaram a todos nós. Tem gente que diz que não torce para a Seleção pelas mazelas do país. Lógico que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Estamos vivendo a Copa, o maior acontecimento esportivo do mundo. A Fan Fest de Porto Alegre me dá convicção disso.