Foram tantas as demonstrações de barbárie no Gre-Nal do último domingo (11), que eu me entreguei. Vou lutar por torcida única nos clássicos. Não são poucas as pessoas que conheço que desistiram do futebol por causa da violência.
Teve o torcedor que agrediu Renata de Medeiros, repórter da Rádio Gaúcha. Também, o homem que fez gestos obscenos para algumas torcedoras gremistas. Houve uma pedra arremessada que quebrou o vidro do ônibus do Grêmio. Torcedores rivais se enfrentaram no deslocamento para o Beira-Rio. Sem falar nas 99 cadeiras que foram quebradas por torcedores do Grêmio e, que além do dano físico, foram atiradas em direção à torcida do Inter.
Estes são atos de vandalismo que se repetem e que fizeram com que a Secretaria de Segurança estabelecesse que 300 homens da Brigada Militar irão trabalhar no próximo jogo. Apesar do esforço das autoridades, a nossa sociedade enferma está levando vantagem.
O fato é que boa parte do policiamento de Porto Alegre estará em função de meia dúzia de pessoas que não conseguem ser civilizados. E o resto da cidade? Os bandidos ficarão soltos para assaltar e matar, como tem sido comum na capital violenta que vivemos.
E vale destacar que isso acontece em todos os lados. Os dois times têm "torcedores" que se comportam assim. Temos mais dois clássicos pela frente e, confesso, estou preocupado. Quantas cadeiras serão quebradas na Arena? O número certo não sabemos, mas podemos ter a certeza de que todas serão arremessadas nos rivais das arquibancadas abaixo, como sempre ocorre.
E ainda tem dirigentes que defendem as torcidas organizadas quando ela são punida pelas autoridades.
Já sei que o Coronel Andreis Dallago, comandante geral da Brigada Militar, concorda comigo e é favorável à torcida única. Ele enviou uma mensagem ao Daniel Scola, após meu comentário no Gaúcha Atualidade, dizendo que a Brigada Militar não pode utilizar todo seu potencial em uma atividade em detrimento à sociedade da Capital. Ele ainda lembrou que, por ser um tema polêmico, necessita de transparência, debate e coerência.
Concordo. Quem sabe a ação não começa por ele? Terá meu apoio.