Não tem cadeira, não tem espaço, não tem mesa, não tem porta – mas tem uma fachada diferentona e um balcão convidativo que dá direto para a calçada.
Abriu nesta semana, na Avenida Independência, uma cafeteria que funciona só no sistema pegue e leve: nada mais indicado para a pandemia. Não precisa nem entrar, o atendimento é na calçada. Só que a proprietária do local, Úrsula Dresch, 38 anos, diz que a ideia veio bem antes do vírus.
– São referências da época em que morei em Londres, há 15 anos. Lá é tudo para levar. As pessoas compram para os amigos, colegas de trabalho, e consomem depois – relata ela, que inaugurou a StreetMe na segunda-feira.
O empurrão para tirar o projeto do papel veio com o colapso no ramo de eventos, ganha-pão de Úrsula havia uma década. Em meio à crise, ela alugou uma sala na região central de Porto Alegre e fez o oposto da maioria dos empreendedores: ergueu paredes e reduziu espaço, transformando duas repartições que somavam 25 metros quadrados em uma de nove.
– Não estava encontrando nada pequeno, então foi o jeito. Queria algo prático, com gastos mínimos e fixos, onde trabalhasse só um funcionário por vez – explica Úrsula, que já sonha com franquias da StreetMe em outras ruas da cidade.
Com Rossana Ruschel