Pode um torcedor mover a goleira durante um jogo de futsal para impedir que seu time leve um gol? De jeito nenhum. Mas foi a insólita cena que ocorreu durante o Gauchão de Futsal, no confronto de volta das quartas de final entre Sercca e Uruguaianense, no último sábado (16).
No caso gaúcho deu tudo certo, apesar da intervenção mal-intencionada do torcedor, uma vez que Gian, no rebote, ainda conseguiu marcar o quinto gol da equipe de Uruguaiana, que com a vitória por 5 a 2 ficou com a vaga nas semifinais do torneio estadual.
Mas, caso a bola realmente não tivesse entrado, seria necessária a intervenção da arbitragem. E aí as coisas ficariam mais polêmicas, uma vez que, seguindo as regras da Fifa, o correto seria marcar bola ao chão, em vez de uma penalidade máxima.
Isto porque, de acordo com a entidade que rege o futsal assim como o futebol, pênaltis só são marcados quando as intervenções vem de um atleta ou de alguém das comissões técnicas. Elas não podem ser fruto da ação de agentes externos à partida.
Isto não significa que o caso passará impune. A Liga Gaúcha já confirmou que o Sercca será julgado no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) pela ação de seu torcedor no ginásio Maurílio Rodrigues de Silva.
— Certamente o julgamento ocorrerá no máximo na semana que vem, pois necessita do relatório da arbitragem ser liberado e todo o trâmite acontecer, procuradoria, intimação e sessão de julgamento. Ali os auditores vão avaliar para punir ou não. Acredito que, por ter sido uma intervenção externa, tem chances de uma punição, mas só o TJD para decidir — disse o presidente da Liga Gaúcha de Futsal, Nelsinho Bavier.
Ao ser questionado sobre como seria uma possível punição, o presidente da Liga respondeu:
— Para esse ano, prejuízo na tabela não terá, pois como era jogo de playoff e o time de Casca foi eliminado, não tem nada que possa acontecer para a questão técnica nessa temporada. Porém, pode ocorrer multa pecuniária e perda de mando ou portões fechados à serem cumpridos no ano que vem.
* Produção Leonardo Bender