Como adiantado pela coluna na quarta-feira passada (23), a previsão da prefeitura era de que a pandemia, a partir desta semana, começaria a perder força em Porto Alegre. De fato, é o que vem ocorrendo: pela primeira vez desde outubro, uma série de indicadores – que vão dos atendimentos em postos de saúde ao número de internados em UTIs – cai diariamente.
No dia 20 de dezembro, havia 333 leitos de UTI ocupados. Nesta segunda-feira (28) à tarde, eram 311. Ainda não dá para afirmar que a curva de contágio foi achatada – para isso, seria preciso pelo menos mais uma semana –, mas a Secretaria Municipal de Saúde acredita que já atingimos um novo platô.
O platô, vale lembrar, ocorre quando o número de novos infectados estabiliza – ou seja, pode aumentar ou diminuir um pouco ao longo dos dias, mas nada muito significativo.
– Nossa expectativa é de que teremos um janeiro bem melhor do que dezembro – avalia o secretário adjunto de Saúde, o epidemiologista Natan Katz.
Mas todos os especialistas, inclusive Natan, dizem que a situação de janeiro também vai depender do comportamento no Ano-Novo – quanto mais aglomerações houver, pior deve ser.
Um ponto positivo é que, nesta época do ano, a movimentação na cidade sempre cai. Com menos gente nas ruas, nos ônibus, nas escolas e no comércio, é natural que a circulação do vírus também diminua. Mas isso significa que em março, quando a Capital retomar seu ritmo, teremos um novo pico de contaminações?
– Não necessariamente. Primeiro, porque mais pessoas vão entrando em contato com o vírus e desenvolvendo anticorpos. E, segundo, porque até março esperamos já ter algum avanço envolvendo a vacina – diz o secretário.