Uma pesquisa coordenada pelo Centro de Excelência BRT+, com sede na Pontifícia Universidade Católica do Chile, já começa a revelar impactos da pandemia na mobilidade de 10 cidades da América Latina – entre elas, Porto Alegre.
Na capital gaúcha, até agora, foram mais de 400 pessoas que responderam às perguntas. Entre elas, 54% pararam de se deslocar até sua atividade principal. Ou seja, estão trabalhando ou estudando em casa – ou, por causa da crise, não trabalham nem estudam no momento.
A prévia da pesquisa também mostra que, em março, antes do coronavírus, 45,1% dos entrevistados andavam de ônibus – agora (entre setembro e outubro), são apenas 7,7%. Já o transporte por aplicativo, antes usado por 6,5% das pessoas, hoje faz parte da rotina de 8,1%.
O coordenador de mobilidade urbana do instituto WRI Brasil, que participa do estudo, Guillermo Petzhold, ressalta que esses resultados, por enquanto, fazem parte de uma amostra. Ainda não há, por exemplo, um detalhamento sobre os diferentes perfis de entrevistados – afinal, novos hábitos podem variar conforme renda, idade, local onde mora, escolaridade e outros indicadores.
Um ponto curioso é que, em quatro das cinco cidades brasileiras onde a pesquisa é realizada (Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza e São Paulo), as respostas revelam que a maioria das pessoas se sente mais produtiva na pandemia. O resultado foi o contrário só na capital gaúcha, onde a capacidade de se concentrar é vista como um problema.
– Pode ser que, em Porto Alegre, as pessoas que responderam tenham mais filhos em casa. Ou que, em São Paulo, tenha participado mais gente que mora sozinha. Isso nós vamos avaliar mais adiante – afirma Guillermo.
A intenção da pesquisa, além de entender o impacto da pandemia na mobilidade, é ajudar as cidades a se planejar para o futuro. Para participar, o link é este aqui.
Com Rossana Ruschel