A prefeitura quer depenar o Beneficência Portuguesa: 200 camas, 200 poltronas, seis ventiladores pulmonares, quatro aspiradores de secreção, tudo isso seria transferido para outros hospitais. Quem revelou o plano foi o repórter Matheus Felipe, no Jornal do Almoço desta sexta-feira (10).
Alega, a prefeitura, que os equipamentos são subaproveitados no Beneficência. De fato, é um insulto que um hospital daquele tamanho tenha apenas 15 atendimentos de emergência por dia e cinco internações por mês. É ridículo.
Para se reerguer, segundo a direção do hospital, bastaria a prefeitura contratar a instituição para atender pelo SUS – hoje, é só particular. Só que o Beneficência tem uma dívida com o município: R$ 8 milhões, porque, em 2017, quando o hospital atendia pelo SUS, recebeu dinheiro e deixou de prestar serviços. Inclusive cirurgias.
É grave, sem dúvida, mas a administração do Beneficência mudou. E inviabilizar um hospital logo agora, deixando-o sem equipamento algum, é no mínimo controverso. A prefeitura pode ter bons argumentos para fazer isso – até porque a gestão da Secretaria de Saúde é ótima –, mas, por enquanto, esses argumentos não estão claros.