Recebi uma saraivada de críticas depois de reprovar, na coluna de terça-feira (14), o pichador que insiste em rabiscar o nome das árvores às margens do Arroio Dilúvio.
Ele já havia pichado, no guarda-corpo da ciclovia, o nome de seis vegetais entre fevereiro e maio – e tudo bem, eu até tinha achado engraçadinho. Só que agora ele identificou outros cinco, e eu escrevi que já é hora de parar com a porcariada. Levei pito dos leitores.
Abaixo, eis o que alguns argumentaram. Em seguida, minha abominada nota de terça-feira.
Escrever o nome das árvores foi uma das coisas mais legais que surgiram nos últimos tempos. A gente aprendeu o nome das plantas e, agora, pode até ensinar para os filhos e netos. Por favor, pense bem antes de dizer uma asneira dessas.
Sempre tens meu aplauso, mas hoje não concordo contigo. Tenho 69 anos, detesto pichadores, mas não vejo isso como pichação. Porque, além de ser limpo, é uma orientação educativa que nenhum órgão do meio ambiente se preocupou em oferecer.
Me encanta passear de bicicleta por aquele trecho: sempre tento reconhecer as árvores antes de verificar seus nomes no guarda-corpo. Aos mais jovens, que têm pouca experiência com pomares, essa é uma imensa ajuda para conhecer as espécies.
Acho que já deu, né?*
Tá bom, amigão, parabéns, já sabemos que você sabe o nome de todas as árvores da face da Terra. Agora, por favor, pare de emporcalhar as margens do Arroio Dilúvio, que esse negócio já torrou a paciência.
Pois é: depois de rabiscar, entre fevereiro e maio, o nome de seis vegetais no guarda-corpo da ciclovia, o pichador erudito agora identificou mais cinco árvores. Tudo bem, foi inusitado lá no início. Só que piada repetida perde a graça.
*Texto publicado na edição de 14/8/2018 de Zero Hora