A sala de visitas, a sala de reuniões, a sala do RH, tudo foi tomado por doações de gente comovida com a difícil situação do Asilo Padre Cacique, de Porto Alegre, que vive uma violenta crise financeira.
Durante toda a semana passada — e mais ainda no fim de semana, mesmo com a chuvarada de domingo —, havia filas e mais filas de carros em frente ao asilo para entregar café, açúcar, margarina, bolachas, enlatados, massas, arroz, farinha, feijão, detergente, sabão em pó, cremes, sabonetes etc etc. Os funcionários ainda nem conseguiram abrir todas as sacolas: só daqui a quatro ou cinco dias será possível estimar quantos donativos chegaram.
— Foi emocionante. Nunca vi nada parecido nestes 20 anos como voluntário — agradece o presidente do Padre Cacique, Edson Brozoza, para depois emendar uma frase menos animadora: — Só que não adianta eu ter a comida e dispensar os cozinheiros.
Com déficit de R$ 2,5 milhões, o Padre Cacique vem demitindo funcionários desde o agravamento da crise nas contas. A casa já não recebe novos moradores — cada um dos atuais 128 custa, em média, R$ 6,7 mil por mês.
— Se não for pedir muito, gostaria que cada uma dessas almas caridosas, por favor, convencesse um empresário a ser nosso padrinho. Ele não vai gastar nada, é renúncia fiscal: basta destinar para o Fundo Municipal do Idoso 1% do que ele paga de Imposto de Renda — ensina Brozoza.
Eu aqui já faço meu apelo. Entrem lá, amigos empresários: asilopadrecacique.org.br. Está tudo explicadinho. Mas, antes que eu me esqueça: meus parabéns, Porto Alegre!