Depois do texto publicado na sexta-feira (25), em que o presidente do Asilo Padre Cacique, Edson Brozoza, dizia que as doações eram a única fonte de renda da instituição, leitores entraram em contato para contestar. Brozoza afirmou à coluna que a atual escassez de contribuições pode levar o asilo a fechar as portas.
– Outra fonte de renda são as casas da Rua Sofia Veloso, na Cidade Baixa. Minha empresa se instalou ali justamente porque os aluguéis são direcionados ao asilo – disse o jornalista Rodney Silva, sócio da agência Be220.
Procurado pela coluna, o presidente Brozoza informou que, de fato, a instituição possui 21 imóveis na Sofia Veloso. Todos foram doados pela própria Sofia, ativista abolicionista que se criou na região e morreu em 1930. Fora isso, o asilo também fatura com mais 10 imóveis espalhados pela cidade.
A renda dos aluguéis, segundo Brozoza, chega a R$ 75 mil mensais. Ele afirma ter considerado esse valor como "doação", ao falar com a coluna, porque os imóveis foram todos doados ao asilo:
– Nada foi omitido, o valor dos aluguéis está incluído. Chamamos de doações indiretas, porque foi algo que a pessoa deixou para o asilo alugar e se sustentar.
Entre aluguéis e doações, o Padre Cacique hoje arrecada pouco mais de R$ 7 milhões por ano. Mas, entre funcionários, manutenção e despesas administrativas, os gastos anuais passam de R$ 9,6 milhões. Esse déficit de R$ 2,5 milhões, conforme Brozoza, ameaça a existência do asilo, que hoje serve de abrigo para 142 idosos na zona sul de Porto Alegre.