Prestes a completar 120 anos, o Asilo Padre Cacique corre o risco de fechar as portas em breve. A afirmação é de Edson Brozoza, presidente da instituição que atualmente serve de abrigo para 142 idosos e apresentou um déficit de R$ 2,5 milhões no balanço financeiro ano passado.
Segundo Brozoza, a crise tem como principais motivos a queda no número de doações — única fonte de renda do local — e o aumento nas despesas com funcionários. Em 2016, o valor arrecadado por meio de contribuições foi de R$ 2,4 milhões, enquanto no ano passado o número caiu para R$ 1,6 milhão. Na visão do presidente, isso ocorre por conta do momento financeiro turbulento vivido pelo país e pelo desinteresse da iniciativa privada pela causa.
— Estamos tentando conseguir doadores, mas está complicado. Na cabeça dos empresários, investir em velho não dá retorno — diz.
Entre alimentos, roupas e medicamentos, cada morador custa, em média, R$ 6,7 mil mensais para os cofres do Padre Cacique. Dos 142 residentes, 118 contribuem financeiramente de alguma forma, com diferentes valores.
Presidente entre 2010 e 2016, Brozoza foi eleito novamente no último dia 14. Logo na primeira semana, precisou demitir oito empregados, incluindo dentistas e psicólogos. Até o ano passado, explica, grande parte dos funcionários vinha de cooperativas, mas uma ordem do Ministério Público do Trabalho fez com que todos fossem substituídos por profissionais com a carteira assinada pelo próprio asilo.
Com isso, os gastos anuais com a equipe aumentaram de aproximadamente R$ 4,1 milhões para cerca de R$ 4,7 milhões, com uma diferença superior a R$ 600 mil. Hoje, entre médicos, enfermeiros, cuidadores e fisioterapeutas, o Padre Cacique conta com 103 profissionais.
Brozoza afirma que quem quiser fazer qualquer tipo de contribuição pode procurar o asilo pelo site asilopadrecacique.org.br.
— Tenho fé que vamos reverter este quadro, mas precisamos mobilizar a comunidade.