O primeiro parque turístico de Porto Alegre. Um ambiente que atraia gente de fora e orgulhe gente daqui, um espaço repleto de atrações ligadas à cultura do Rio Grande do Sul, com churrascarias, lojas temáticas, museu, parque de diversões, talvez até uma escola de equitação, quem sabe uma fazenda onde as pessoas possam ordenhar vaca e andar a cavalo. Essa é a ideia da prefeitura para o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, também chamado de Parque da Harmonia.
Pelo menos um grupo de investidores já demonstrou interesse em assumir a gestão da área. Segundo o secretário de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, a decisão está tomada: a prefeitura abrirá uma concorrência para conceder à iniciativa privada toda a administração do local – em troca do investimento nas atrações de lazer, cultura e gastronomia, a empresa vai lucrar com o consumo dos frequentadores.
Embora tenha quase o dobro do tamanho da Redenção, o parque de 65 hectares hoje é uma espécie de vazio urbano. Fica perto do Centro Histórico, da revitalizada orla do Guaíba, da Câmara de Vereadores e do Tribunal de Justiça, mas só recebe um número expressivo de pessoas em um único mês do ano.
– Parece que sua única finalidade é abrigar o Acampamento Farroupilha. Ninguém diz que vai tomar um mate, andar de bicicleta ou correr no Parque da Harmonia, que passa 11 meses do ano virtualmente fechado. Não tem atrações lá dentro e, sem atrações, ninguém se interessa – diz o secretário Vanuzzi.
Segundo ele, já que o local carrega forte ligação com a cultura gaúcha, a ideia é mantê-lo como referência nessa área o ano inteiro, tornando-o, assim, uma atração turística. Vanuzzi cita como exemplos parques de outros Estados, todos concedidos à iniciativa privada: o das Cataratas do Iguaçu (PR), o de Fernando de Noronha (PE) e o da Rota Lund (MG).
A intenção da prefeitura é lançar em no máximo três meses o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Nesse edital, haverá uma série de diretrizes para os grupos interessados em administrar o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho apresentarem seus projetos. Uma delas: nem pensar em acabar com o Acampamento Farroupilha.