Decidido a interromper o vandalismo constante que castiga a Redenção – único parque tombado da Capital, com 38 monumentos e uma série de espaços temáticos –, o Ministério Público pediu satisfações à prefeitura sobre o chamado cercamento eletrônico.
– Não tenho clareza se isso realmente existe. Não se pega ninguém, não se flagra ninguém – diz a promotora do Meio Ambiente Ana Maria Marchesan.
Após instaurar um inquérito para investigar o que, afinal, o poder público está fazendo para frear as depredações, Ana Maria agora solicitou informações sobre a eficiência das câmeras. A prefeitura tem todo o mês de junho para responder quantos equipamentos monitoram a Redenção, qual é a localização de cada um e onde fica a central de vigilância, entre uma série de outros detalhes.
– Se o cercamento eletrônico existe, não parece estar sendo eficaz – conclui a promotora.
Ela tem toda a razão. Em 2016, 12 monumentos restaurados por um projeto do Sinduscon foram destruídos em menos de um mês. Todo o patrimônio artístico e cultural do parque – do Recanto Europeu ao Expedicionário, do Café do Lago à fonte luminosa – é frequentemente assolado por vandalismo e pichações.
O Ministério Público exige que a prefeitura, além de apresentar um cronograma de restauração das estruturas, apresente uma solução para reprimir o problema. Conforme a Secretaria Municipal de Segurança, a reabertura de um posto da Brigada Militar dentro da Redenção, fechado desde 2016, deve amenizar a situação – a partir de junho ou início de julho, o local funcionará 24 horas por dia, em parceria com a Guarda Municipal.
Com mais gente atuando nas rondas, a expectativa é de que os infratores flagrados pelo monitoramento eletrônico sejam detidos com maior frequência. A secretaria também promete a instalação de novas câmeras, mas não informou quantas.
Sobre o cercamento físico do parque, ainda segundo a pasta, o assunto não está em discussão.