Beira o deboche a resposta da prefeitura ao repórter Felipe Daroit, que mostrou o calvário de um cadeirante para atravessar a Avenida Farrapos em frente à estação da Trensurb. O canteiro central – ao contrário do que manda a lei – não é rebaixado ali, assim como em vários outros pontos da cidade.
E o Executivo diz que a solução, pasmem, depende das contrapartidas que a OAS deve à cidade por conta da construção da Arena do Grêmio – compromisso que a construtora, envolvida na Lava-Jato, não cumpre desde 2015. Como as tratativas com a OAS são conduzidas pelo Ministério Público, sem qualquer prazo estabelecido, a prefeitura não dá previsão alguma para sanar o problema.
Ou seja: não dá previsão alguma para cumprir a lei.
Se a contrapartida da OAS fosse a construção de um viaduto, vá lá, entenderíamos, mas não é possível que a Secretaria de Infraestrutura não tenha dinheiro para quebrar um meio-fio. Aliás, se não tem dinheiro, que dê um jeito. Que peça ajuda para empresários, que faça uma vaquinha, que se vire.
Porque os cadeirantes, que precisam contornar o canteiro central para concluir a travessia, arriscam-se em meio a carros e ônibus em um tráfego intenso de veículos.
Se a prefeitura não resolve um meio-fio, vai resolver o quê?