Um pequeno mal-estar diplomático entrou na pauta de Brasil e Argentina.
A chancelaria do país vizinho expressou formalmente sua preocupação em razão de uma série de voos realizados entre Reino Unido e Brasil, com destino às Malvinas. Em comunicado, disse que há um "compromisso brasileiro de não receber em seus aeroportos e portos aeronaves e navios britânicos de guerra" que iriam para as ilhas, palco de uma guerra britânico-argentina em 1982 que resultou na capitulação do governo ditatorial argentino e com um saldo de 649 soldados argentinos e 255 britânicos mortos.
Leia ccolunas de Léo Gerchmann sobre América Latina
Em resposta, o Itamaraty reafirmou o apoio à Argentina na questão das Malvinas e disse desconhecer a existência dos referidos voos. Comprometeu-se a consultar o Ministério da Defesa.
Diz a chancelaria argentina, depois de receber a explicação brasileira: "A Chancelaria brasileira reafirmou o apoio ao nosso país na Questão das Malvinas e indicou que não tinha conhecimento desses voos, comprometendo-se a desenvolver as consultas relacionadas ao Ministério da Defesa local".
O governo brasileiro argumenta que os voos deveriam ser de caráter humanitário, emergencial ou logístico.
Apenas em 2016, teriam ocorrido seis voos desse tipo.
Mas não é só.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina diz que, "segundo registros da Direção das Malvinas, em 2015, houve 12 voos similares detectados pela Força Aérea Argentina vindos do Brasil", pelos quais foram realizadas consultas em que tiveram do governo brasileiro "respostas similares às obtidas" agora.