Com boa parte da produção destinada ao mercado interno, a agricultura familiar é impactada pela redução no consumo de alimentos em um cenário que envolve cerca de 12 milhões de desempregados. A retração é sentida em praticamente todos os produtos, de hortigranjeiros a carnes.
– O ano de 2016 foi muito ruim. E para 2017 estamos prevendo estabilidade – projeta Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag).
Além do menor poder de compra dos consumidores, a produção familiar teve menos acesso a crédito. O número de contratos do Pronaf caiu 11% de julho até meados de dezembro. No Pronamp, a queda foi de 19%.
– O crédito oficial ficou mais caro e restrito. Muitos produtores buscaram financiamento com trades, cerealistas e cooperativas. O risco é de ficar desassistido de seguro agrícola – acrescenta o dirigente.
Para 2017, a entidade prevê ainda a retração de investimentos como reflexos da instabilidade. Para o campo, a expectativa é de safra com boa produtividade e de rentabilidade instável – por conta da incerteza em relação aos custos de produção.