Mais uma declaração forte determina que a Venezuela está cada vez mais isolada na América do Sul. O país será suspenso do Mercosul e ficará "sem voz" a partir de 1º de dezembro por não incorporar 112 resoluções do bloco à sua legislação, afirmou o ministro paraguaio das Relações Exteriores, Eladio Loizaga. O chanceler afirmou que a Venezuela, de fato, já anunciou que não poderá assumir essas resoluções porque entram em confronto com sua legislação doméstica.
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- Isso não pode ser motivo para que não a incorporem. Quando se entra em um convênio ou acordo internacional e existe algum tipo de choque com a legislação interna se fazem reservas, e a Venezuela não fez reservas disso - explicou.
O ministro informou que os coordenadores do Mercosul analisarão ainda hoje, em Montevidéu, a situação venezuelana.
- A Declaração dos Chanceleres tinha fixado como data (limite) 1º de dezembro para revisar o informe sobre se a Venezuela cumpre com os requisitos estabelecidos - destacou. - A análise será feita no âmbito do direito internacional e será tomada uma decisão, e a Venezuela teria que ser suspensa até quando completar estes acordos internacionais que tem que incorporar.
Em setembro passado, os Estados Partes do Mercosul deram prazo de três meses à Venezuela para cumprir o estabelecido no Protocolo de Adesão quanto à adoção da normativa do bloco.
A Venezuela se incorporou como sócio pleno do Mercosul em junho de 2012, em decisão tomada pelos então presidentes do Brasil, Dilma Rousseff; da Argentina, Cristina Kirchner; e do Uruguai, José Mujica, que previamente suspenderam o Paraguai, cujo Congresso não ratificou o protocolo de adesão deste país.
O argumento para suspender o Paraguai foi a destituição do ex-presidente de esquerda Fernando Lugo por um julgamento político iniciado pelo parlamento, com a acusação de mau desempenho.