Terminou em dez prisões a confusão envolvendo a queima de mil hectares de lavouras de soja e de trigo no interior de Sananduva, na região Norte do Estado. Em ação ontem, a Polícia Federal (PF) e a Brigada Militar (BM) prenderam sete indígenas e três agricultores acusados de envolvimento no crime do último domingo – quando indígenas colocaram fogo nas plantações em retaliação à prisão do cacique Ireni Franco e de outros dois líderes do grupo por ameças e atos de extorsão.
Segundo o delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes, chefe da Polícia Federal de Passo Fundo, a ordem para a ação criminosa nas lavouras foi dada no momento da detenção, na presença de delegados.
– Os índios já vinham causando diversos crimes, extorquindo os agricultores à base de ameaças para que pagassem para produzir nas terras que estão em propriedade dos produtores. Esses atos são inaceitáveis – relata o delegado.
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Com o clima ainda tenso, PF e BM mantiveram o policiamento no local para evitar novos crimes nas propriedades, que são vizinhas de acampamento indígena.
Os índios alegam que as áreas pertencem à comunidade da região, sendo demarcadas pelo governo. Os donos das propriedades atacadas alegam que o processo de demarcação informado pelo grupo indígena contém erros e que ainda não foi finalizado.
O procurador federal da Funai, Marcelo Zeni, informou que caso haja comprovação de crimes, os envolvidos deverão responder pelos atos. Zeni questiona as prisões dos três líderes no sábado, pois, segundo ele, não há provas de que houve extorsão.
Enquanto o governo federal não assumir seu papel em um conflito pela terra que é histórico, a população continuará à mercê de conflitos – com a iminência constante de novos crimes.