A Colômbia, claramente, deu um passo para trás a fim de avançar rumo a um acordo de paz bem mais amplo e sustentável. Já escrevi aqui sobre essa situação paradoxal. Foi uma reportagem que explica em detalhes essa situação.
Agora, vem a boa notícia: um novo acordo de paz para a Colômbia está "próximo", afirmou o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Iván Márquez, com base nas negociações com o governo em Cuba para ajustar o pacto que foi rejeitado em referendo.
É importante que se diga: as conversações do governo se deram com a oposição de direita, inicialmente refratária ao acordo. Dão-lhe mais legitimidade.
- A mesa está trabalhando com muito dinamismo, afinco, revisando um grande número de propostas - disse Márquez, chefe negociador da guerrilha marxista, em declarações ao informativo Nova Colômbia das Farc.
Governo e guerrilha estão adequando o acordo firmado em setembro para acabar com um conflito de meio século, após o tratado ser rejeitado no referendo realizado com voto facultativo (e mais de 60% de abstenções) em 2 de outubro. Conforme Márquez, as propostas estão "enriquecendo o conteúdo do novo acordo (...) que está próximo de vir à luz, estamos otimistas".
- A paz precisa se materializar e muito rapidamente em um país que esteve mergulhado durante longos anos no conflito armado - disse ele.
Missão da ONU
A missão para verificar o cessar-fogo entre o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc com base no acordo de paz negociado em Havana começou nesta segunda-feira, informou o presidente Juan Manuel Santos. "Hoje começa com @onucolombia o mecanismo de verificação do cessar-fogo. Não a mais vítimas. Há que consolidar a paz", escreveu Santos no Twitter.
A missão tripartite realizará visitas às 26 zonas de pré-agrupamento onde estão se concentrando as Farc, principal e mais antiga guerrilha do país.
Com base no acordo, as partes solicitaram à ONU a formação de uma missão para verificar a trégua e o fim das hostilidades vigente desde agosto, assim como o desarmamento dos rebeldes. Mas após a derrota no referendo, desenvolveu-se um novo protocolo com diretrizes de trabalho para a ONU, que até o momento tem se dedicado à capacitação, mapeamento e preparação para o monitoramento. A missão conta, até o momento, com 152 observadores internacionais em Bogotá e em oito sedes regionais, dos 400 solicitados ao Conselho de Segurança que se espera estejam mobilizados até janeiro.