O jornal venezuelano "El Nacional" foi alvo do segundo ataque em dois meses. O grupo chavista (governista) Chama teria sido o responsável.
Integrantes do grupo, na madrugada desta terça-feira, lançaram fezes em chamas e coquetéis molotov contra a sede do jornal.
Foram atirados, também, panfletos a favor do governo e críticos ao "El Nacional" e a sua linha editorial.
Não é a primeira vez que isso ocorre. Na madrugada de 17 de junho (o grupo gosta de agir na madrugada), houve uma tentativa de arrombamento para entrar no prédio do jornal. Também nessa ocasião foram jogados excrementos.
O presidente-editor do "El Nacional", Miguel Henrique Otero, reiterou que não mudará a linha editorial e o tom crítico ao governo de Nicolás Maduro. A respeito do arremesso de fezes conta o jornal, ele disse:
- Parece que é tudo o que resta no cérebro deles, o que demonstra ainda mais a sua falta de argumento.
Órgãos de imprensa repudiaram a restrição à liberdade de expressão.
Enquanto isso, o líder oposicionista Yon Goicoechea foi sequestrado pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional Serbin). Tornou-se mais um preso político sob a administração de Nicolás Maduro.
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Maduro acusou dirigentes opositores de planejarem atos de violência em uma marcha programada para quinta-feira em Caracas. Seria, segundo ele, a incitação de um golpe de Estado. Prometeu prender mais opositores!
Goicoechea, por exemplo, é acusado de servir aos interesses do "imperialismo".
- Há que se derrotar o golpe de Estado sem impunidade. Quem se envolver no golpe ou estimular a violência, vai preso, cavalheiro. Chorem ou gritem, serão presos! - ameaçou o presidente venezuelano (sim, presidente do país!!!)
A fala se deu em discurso ante uma concentração multitudinária de chavistas na Plaza Caracas, no centro da capital venezuelana.
Tal mobilização é parte da chamada "Tomada da Venezuela", convocada pelo governo em resposta ao protesto que a oposição prepara para exigir que a justiça eleitoral agilize a coleta das 4 milhões de assinaturas necessárias para ativar um referendo revogatório contra o presidente. Maduro pediu que seus partidários "continuem mobilizados" contra o que chamou de "golpe terrorista".
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No sábado, o ex-prefeito opositor Daniel Ceballos, que estava em prisão domiciliar há um ano, foi mandado ao presídio por acusações de planejar sua fuga para preparar atos violentos.
A oposição afirma que essas medidas são parte de uma campanha de "perseguição política" do governo para desmobilizar os seus adversários.
Durante seu discurso, Maduro acusou os Estados Unidos de incitarem uma ofensiva contra governos de esquerda na América Latina, e vinculou suas denúncias sobre a Venezuela ao julgamento do impeachment da presidente brasileira afastada, Dilma Roussef, e com o assassinato de um vice-ministro do presidente boliviano, Evo Morales.
- A ameaça vem diretamente do imperialismo americano - disse Maduro, acrescentando que há uma tentativa de reverter a influência da esquerda na região "nos últimos meses do nefasto governo de Barack Obama".
Logo Obama, o primeiro negro presidente americano, que reatou com Cuba.
A situação venezuelana está cada vez mais caótica.
A tensão é grande. Há risco de violência nesta quinta-feira.