Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, seja com Dilma Rousseff ou com Michel Temer, já estão decididos: o Mercosul se aproximará da Aliança do Pacífico e adotará uma estratégia mais pragmática, rumo a novas oportunidades. Não só isso. Também se abrirá mais para mercados como o da União Europeia (UE).
É um caminho sem volta. Necessário para destravar a economia regional.
Este colunista arrisca um palpite: o destino regional comum está traçado.
Claro, temos aí um dilema: em tese, a próxima presidência pro tempore do Mercosul será da Venezuela, o único membro permanente que resiste a essa tendência (o quinto membro permanente). Só que todos os outros veem com fortes restrições a ideia de Caracas presidir o organismo. No mínimo.
Na verdade, todos costuram uma forma diplomática de isso não ocorrer...
O historiador argentino Carlos Malamud, uma das mais importantes autoridades em América Latina na Europa (ele mora em Madri), diz que a integração regional está em intensa atividade.
A Aliança do Pacífico é integrada por Chile, Colômbia, México e Peru.
– A projeção da Aliança do Pacífico em relação a outros mercados é realidade, e os demais países latino-americanos se veem atraídos por ela – diz Malamud.
O Chile de Michele Bachelet é ponto de encontro entre os dois blocos. Ela vem se esforçando para unir a América Latina em torno de uma proposta mais realista.
A Argentina deu o sinal inequívoco: o presidente Mauricio Macri participou de recente cúpula da Aliança do Pacífico. Ora, a cúpula do Mercosul, órgão de que Macri faz parte, foi cancelada em razão das crises brasileira e venezuelana. O presidente argentino, então, se fez presente no lugar onde atua apenas como observador. Mas, claro, esse paradoxo é muito mais que observação.