Teremos novidades da Bolívia sobre a Operação Condor.
O país tornará público os arquivos sobre a articulação antiesquerdista executada por várias ditaduras militares na América do Sul entre as décadas de 1970 e 1980, anunciou nesta segunda-feira o chanceler David Choquehuanca.
Ativistas bolivianos assinalaram que existe uma documentação sobre a Operação Condor na chancelaria em La Paz. O anúncio de Choquehuanca ocorre semanas depois de um tribunal argentino condenar diversos ex-militares por uma causa aberta em 1999 sobre o caso de 105 vítimas da Operação Condor, das quais 45 eram uruguaios, 22 chilenos, 13 paraguaios, 11 bolivianos e 14 argentinos. Essa operação antiesquerdista foi executada entre as ditaduras militares do Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Consistia na identificação de seus opositores, sua eliminação ou sequestro e, finalmente, a neutralização dos exilados fora da região, segundo a ONG argentina Centro de Estudos Legais e Sociais. A Justiça italiana abriu em 2015 outro julgamento na ausência de vários ex-militares sul-americanos pela morte e desaparecimento de 43 opositores de esquerda nessas décadas. No caso está incluído o ex-ditador boliviano Luis García Meza, preso em uma cadeia na Bolívia.