Opa! Está rolando aquilo que a coluna vinha especulando: a visita do presidente americano Barack Obama exatamente no dia em que o mais recente golpe militar argentino completa 40 anos pode ser uma oportunidade para o próprio Obama e seu colega Mauricio Macri, o anfitrião, fazerem história.
Está decidido que Macri pedirá a Obama a abertura de todos os arquivos secretos americanos com informações a respeito da ditadura que se seguiu ao triste golpe militar e se estendeu daquele 24 de março de 1976 sombrio até 1983.
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O secretário nacional de Direitos Humanos, Claudio Avruj, diz:
– Sem dúvida, é um dos temas sobre os quais eles vão conversar.
Obama vai a Cuba nos dias 21 e 22 e à Argentina em 23 e 24.
Para Cuba, a visita, a primeira de um presidente americano desde bem antes da revolução socialista, é histórica por si só. Para a Argentina, tende a também ser.
Organizações de direitos humanos estão ansiosas pelo gesto do presidente. Creem que facilitará a localização dos corpos de desaparecidos e de filhos adotados ilegalmente.
Em 23 de fevereiro, Macri recebeu esses grupos e se mostraram sensível a suas demandas. Enquanto se faziam os pedidos, tudo era anotado.
Não se descarta que Obama visite a Esma, o maior dentro de torturas da época. Mais: não se descarta que Obama faça algo como um mea culpa pela participação dos EUA no golpe e, também, nos governos que deixaram 30 mil mortos e desaparecidos.
Há quem não queira que Obama vá até a Esma, porém. Acham que seria uma atitude inconveniente, ainda mais por se tratar da data de aniversário do golpe.
É certo, porém: enquanto Obama estiver em Buenos Aires, ouvirá as marchas e os protestos contra a ditadura. Esses eventos já ocorreriam sem ele. Imagina com ele...
E um detalhe importante: as maiores concentrações ocorrerão na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, a sede do governo argentino, onde Obama será recebido.
Alguém duvida de que será um dia histórico também na Argentina?